Já no outro dia tinha falado sobre isto, mas só hoje confirmei as minhas suspeitas.
Graças à mais recente flashmob nacional, descobri o maior fetiche do clientes neste país.
Não são as accounts giras, não é o layout simétrico da apresentação nem os almoços grátis.
Nop.
O que lhes dá mesmo tesão, é que lhes atirem à cara flashmobs.
Adoram que lhes sussurrem ao ouvido a palavra digital enquanto lhes vão fazendo promessas virais.
Ficam loucos.
O pior é que, como no sexo anal, pensam que nós também gostamos muito.
Meia dúzia de pessoas a dançar ao som de música da moda, com mais 20 ou 30 pessoas à volta, uma máquina de filmar e pumba..aqui temos uma acção bem moderna de comunicação que vai causar inveja na concorrência.
Depois lambuzam-se naqueles vídeos, com efeitos espectaculares, para mostrarem o quão divertido e emocionante foi aquilo, nem que seja para o departamento de marketing, que não trabalhou nesse dia.
O que nunca pode faltar nesses vídeos são as 4 pessoas do público, com telémoveis e máquinas fotográficas, para dar a ideia que se comprou uma coisa mesmo diferente e que vai ser muito partilhada nas redes. Confesso que é esta a minha parte favorita, porque há sempre uma velhinha desconfiada lá pelo meio.
Estimados clientes, desde a merceearia até às empresas do PSI 20, vamos lá a ver se nos entendemos..ninguém quer saber de flashmobs desde 1824.
Parecemos o governo e a austeridade, o mundo inteiro já percebeu que não resulta, menos nós. Parem com isso!
A ver pela quantidade de "flashmobs" transformadas em eventos de facebook, acho que, em Portugal, nunca sequer percebeu o conceito.
Para além disso, hoje em dia a flashmob é um recurso demasiado básico, irritante..deixou de ser eficaz. Há programas de televisão nos Estados Unidos sobre flashmobs que terminaram por falta de audiências.
Não sugiram às vossas agências, nem comprem mais esta banha da cobra. Pela saúde da comunicação em Portugal, que já não é muita.